domingo, 29 de dezembro de 2013

Arsenal

Como é bom te ter aqui comigo a passear pela cidade.
Como é bom te segurar, de mãos dadas andar pela cidade.
Sentir você a suspirar com minha presença como se fosse voltar pra minha casa e preparar nosso jantar.
Falar besteiras dos dias antigos e comentar o quão bonito é viver para ser um!
Provocar ciúmes bobos com aquele tom de me amar e depois rir de chorar e ainda mais ainda quero te decifrar de cena em cena e depois misturar o meu melhor com seu melhor, as baboseiras e corpos quentes, meu pé gelado com teu nariz sempre a corizar.
Um pedacinho do teu carinho pode mudar o meu mundinho e de inho em inho me apaixonar...por você!

Marcelo C.

sábado, 28 de dezembro de 2013

Porta na cara

Desde que você se foi, te falo pra não voltar, te canto a porta trancada, te bato a porta na cara!
Te falo da boca pra fora.
Desde que você se foi, escrevo poesia lacrimal, espanto as redondezas para proteger o mal.
Conto as minúsculas contas do dia, os pequenos sonhos de vida e de morte, falo pra você e pra eles, mesmo que eles não quero.
Faço um verso muito pequeno com sentimentos grandes, trilho o caminho das palavras para atingir tua casa, mas se chega, meu bem, eu não sei.
Escrevo de tudo lindo um pouco, faço suas minhas palavras, e faço meu o teu silêncio e assim te escrevo o desespero.
Meu amor, escrevo pra te apaixonar, tocar fogo no teu coração e com tudo isso ligar-me em tua paixão, mas minha moça, se isso não quiseres, amar minhas palavras, outra moça quererá.

Marcelo C.

sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

Um domingo pela manhã

Quem me dera ter você pela manhã a sorrir pra mim e me beijar como quem vem pra não mais sair.
Como é bom ter você bem de manhã pra mim sorrindo, e conversar sobre palavras que não entendes, o nosso filme, o nosso amor.
Como é bom ver tuas bochechas tão rosadas a me corar de felicidade, e me fazer gargalhar como uma criança nessa idade.
Vem, deita aqui, deixa eu alisar os teus cabelos quase preto, e misturar a tua pele com a minha pra nunca mais soltar.
Vem mais pra cá, traz  cerveja, ponha o Noel pra tocar, que nessa trilha vou trilhando o nosso amor até raiar.

Marcelo C.

quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

Todos os meus dias

Tudo sempre começou quando eu sai dai, joguei a cafeteira fora, falei pra você não vir.
Joguei meus pensamentos longe, deixei de responder por mim, sem ligar para o que estava havendo a ti, fugi, corri, preferi me esconder em egoismo, mesmo machucando-a.
Mas para quem sempre amou, a raiva é farelo velho, e assim como eu velho, vou guardar os teus cabelo bagunçados, teu sorriso, teu olhar e a repetição.
Vou viver com tua presença sempre inconstante, pois para o meu amor és importante.
Vou guardar tua rebeldia, e as vezes que me ganhou, meus sorrisos arracandos, mesmo quando teimo em ser bravo, vou guardar você como um dia de sol, uma nuvem bem branquinha clareando meu redor.
Vou sempre mimar você como o primeiro filho, o meu primeiro amor passeando no domingo, e quando eu não lembrar dessas coisas, nem das rugas, nem dos nomes, vou querer te encontrar pra contar dos meus dias sem você.
E vou parar pra descansar das lembranças, de você e de mim.
Vou poder sentar e tomar meu café e guardar os meus dias pra você!

Marcelo C.

terça-feira, 24 de dezembro de 2013

Sobre o que ta acontecendo comigo

Hoje chorei, afinal, é natal ne?!
As pessoas ficam mais sensiveis nesses tempos.
Tava pensando em te abraçar, mandar um feliz natal quem sabe.
Como será o natal da tua familia? Aquela reunião monótona que tanto falavas me faz falta, na verdade tua presença me faz falta demais!
Jogar um amigo secreto com tuas tias e sempre ser sacaneado, comer além da conta porque tua vó não admite estragos, e depois ficar desesperado pra voltar pra casa tarde da noite.
Sei que hoje tu pensou em mim, sorrisse e sentiu saudade.
Pensei em te ligar também, desejar feliz natal, falar do dia, dessas saudades, sorri.

Marcelo C.

domingo, 22 de dezembro de 2013

Um dia comum

Hoje resolvi não te escrever, vou falar de outras coisas, do tipo, um domingo em casa, uma segunda a cinco paradas de distância, uma planilha do trabalho pra criar, um seriado pra assistir. Uma semana fria, vazia.
Um dia puxado na academia, algo a ser despertado dentro de mim. Um vazio.
Ouvir músicas repetidas no rádio e querer comentar com alguém como ta tudo chato, mas não existe ninguém ao meu lado, não existe uma pessoa onde eu queira comentar coisas superficiais com tanto impacto.
Hoje acordei muito tarde, tava com aquela vontade de ficar na cama a vida inteira se possivel, mas resolvi não te escrever, nem descrever nenhuma das maravilhosas qualidades tua, também não quero que perceba minha fragilidade nem o tamanho da saudade que guardo, mas hoje é um dia em que resolvi falar de qualquer coisa, menos você.

Marcelo C.

sábado, 21 de dezembro de 2013

Umas coisas que se esconderam

Lembro quando essa hora tava saindo de casa pra chegar atrasado na tua.
Hoje saio de casa em busca de ser;
Ser algo, alguém, ser um completo idiota que bate nas portas das casas te procurando.
Lembro como era bom ser teu, conversar sobre assuntos totalmente sem sentido.
Bom, sentido, eu ando sentindo, falta ódio, sobra amor, pra quem?
Sobre o amor, ah sobre o amor, manda ele voltar, manda ele ficar por perto e parar de fazer tanto estrago desnecessário.

sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

Alteração quimica

A forma como tu mexe no cabelo procurando um efeito céu.
Vê, meu coração, se deslocou olhando de lado para tua boca.
O meu toque sentindo na pele tua, a saudade.
E tu me vê voltando pra casa trazendo nos braços as flores imaginárias, trazendo meu coração com a raiz desesperada pra ficar.
Sozinha a raiz cresceu enlouquecida, apaixonada pelo teu céu.
E sem que eu entenda o porque eu procuro ficar, procuro tua casa, procuro tua volta, procuro estar certo da minha certeza.
Certeza de que voltei pra replantar a tua memória, como a crença grega que tudo volta.
Nunca apagarei tuas palavras de certeza da minha memória, dos arquivos do passado.
Como esquecer teus movimentos?
Como se negas a me proteger do frio?
O perfume carregado, um cheiro de cama e o travesseiro de pedra.
Mais tarde, calada, limpar o meu pranto, deitar em nosso canto.

Marcelo C.

quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

Vem com o vento

Olha que quando te amo, te chamo.
Olha que quando te chamo, sou vento.
Olha que quando sou vento, sou frio.
Olha que quando contigo, sou fogo.
Olha que com teu sorriso, sou bobo.
Olha que sofrimento não é nosso,
Olha que dos dois lados o choro.
Olha que quando não estais sou só
E se nunca mais estais, sempre serei só.
Mas se ameaças vim no fim da tarde daquele fim de semana, sou amor
Contigo sou cerveja e barzinho
Quando não estais sou cachaça amarga.

Marcelo C.

Sabe como eu me sinto?

Quando deito pra dormir e meu pensamento fica a espera que logo cedo tu vai bater na minha porta debaixo de chuva pedindo pra entrar?

Quando quero te ligar pra contar do dia, do tempo e de mim?

Quando vens com desculpas por não ter mais tempo de me ouvir?

Quando muitas vezes quero te encontrar e não posso?
Como diria Caetano "por que você me esquece e some?"
Essas músicas sempre fazem algum sentido ne?
Essa música é o roteiro da vez [...]

Talvez seja falha essa forma de ajuda oferecida, talvez esteja tudo errado, mas quem se importa?

Você sabe como eu me sinto?

Marcelo C.

Ela foi embora

Um dia levantou, abriu a janela, mirou no sol, cegou, e viu que não me queria mais.

"Você me fez sofrer, você me machucou sem ter razão nem dó, e assim prefiro eu só"

E assim foi embora. E agora eu quero chorar, mas ela foi embora, juntou o violão, a mala, bateu o portão e foi embora.

Mas se ela volta? ah se ela quiser?
Se ela me disser: "perdão, errei e agora eu quero chorar"

Mas ela foi embora, disse que pra não voltar. E agora eu quero chorar.

Marcelo C.

quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

Escrevi uma carta para teu cabelo longo

Moça sorridente
Encantadora
Ardente
Cabelo longo preso
Te amo mesmo quando não te vejo
Fecho os olhos e teu sorriso ganho
Um beijo
O teu perfume que não vejo
Sinto
Quase que posso te ver
Mas o olhar e o amor não mentem
Teus olhos sorridentes
Dançam
Com tua boca que canta
E encanta
Meu drama
Minha cama
Que deito e me reviro
E deixa que com o sofrer
Eu me viro
E com a saudade
Me divirto.

Marcelo C.

terça-feira, 17 de dezembro de 2013

Por vez, sentimentalidade

O dia passa correndo
Adentro
Correndo
Fodendo
A gente.

Pelo dia, acordo a noite
Pela noite, rolo na cama.

Só penso
E penso
Por vez, lamento
Aguento
A falta.

Sua.
Que me faz esperar
A falta
Que me faz trancafiar
Uma sentimentalidade

Saudade.

Marcelo C.

quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

12 de Dezembro

Sinto saudade, essa é verdade.
A distância causa feridas na alma que abrem a cada pensamento distante que tenho em ti.
Nessas manhãs de dia 12 principalmente, a frieza do pé toma conta do meu corpo, tornando fria a saudade seca.

Por que você foi pra tão longe? Não precisava tanto, bastava só não telefonar.

A cada verso escrito que te sinto perto.
A cada linha tirada da nossa vida, tua ausência fica.
E ficam outras vontades, mais simples, por exemplo um abraço, quem sabe caminhar de mãos dadas.

O que aconteceu? O ar não foi suficiente? Você não viu , você sumiu, mudou de lugar.

Uma caminhada na praia, uma flor roubada da vizinha, que me torne vivo e comum.
Gritando doze vezes tua falta, pensando doze vezes os momentos, cada parada dessa estação.

No mais, estou vivendo normalmente,não vou ficar pensando se tivesse sido o contrário.

Saiba que ainda gosto muito de você, saiba que a falta do seu quarto desarrumado bagunça minha mente, do sorriso alvo e do nariz gelado, até o rosto rosado.

Esse silêncio é paz, nesse momento cai uma forte chuva.

Marcelo C.

quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

Parte

Se queres partir
Parte
Parte antes que eu acorde
Parte antes que os olhos das flores se abram
Se queres partir
Parte
Parte antes de ontem
Parte deixando todo teu resto aqui
Se queres partir
Parte
Parte feito quem vai pra não voltar
Parte antes que meu coração infarte
Mas se queres voltar
Volta!
Apenas volta.

Marcelo C.

segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

Eu entendo o seu depois

Então que chego ao fim sozinho
Da minha linha cuido eu
Que corto
Desato
E amarro
Fogo não pega
Água não apaga
Poeira não baixa.

Como pode alguém querer ser seu de longe?
Manda avisar que esse daqui tem muito amor pra dar!
E de pedidos em pedidos peço que queira comigo
Caso contrário
Digo que me retiro!

Marcelo C.

Meu amor

Meu amor
Quanto tempo mais de dor
Vamos ter que esperar pra dizer que não terminou
Meu amor
As flores do meu jardim
Já cresceram o suficiente para não caberem em mim
As raizes fortalecidas a espera da sua morada
Meu amor
Essas mesmas flores já escondem seu perfume ao imaginar o seu por perto
Doce como seu abraço
Meu amor.

Marcelo C.

sábado, 7 de dezembro de 2013

Não me fale sobre meu comportamento

Uma janela enquadrando meu espaço. E pensar que minhas agonias as vezes são outras. Reflito sobre meu reflexo, sobre tua ausência, sobre tua falta desmerecida e teus poucos dias de vida, tua pressa de partida e tuas falas fingidas.

Marcelo C.

quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

Diretamente a ti

Não registro mais intenções escancaradas.
Creio que cada pessoa tem um monstro dentro de si, o meu tava escondido, agora voltou.
Se fossem aplicar caracteristicas a ele teriamos um vazio, mas, não um vazio por completo, um vazio cheio de coisas guardadas, coisas bonitas, coisas boas, mas que por algum motivo ou pedido, foram trancadas. E totalmente vendadas.
Não alarmo meus dizeres, falo diretamente a ti, aqui.
Acho que não observa isso, como de fato não observará esse ponto.
Se olhas, dai-me um sinal, uma dica.

[...]

Eu tenho tanto pra dizer, sobre nós dois aqui...
Me leva pra sua casa eu preciso
descansar, me leva pra sua casa não sei mais com quem falar!

[...]

Quero conversar com seus amigos,
encontrar os velhos conhecidos da sua rua. Entrar na sua!
Me adaptar de vez ao seu lugar.

Marcelo C.

Só uma canção para alguém

A saudade que alumia a vida
O preto e branco que permanece na ida.

A espera pela vinda
Da mais bela dor infinita
Que fica
Que fica.

E no meio das idas e vindas
Saberei me defender
Para me livrar do medo

Para projetar meu sonho em alguém.

Marcelo C.

terça-feira, 3 de dezembro de 2013

Nublado

O seu vicio é maior que o meu coração.

Não existe o que falar, o que pensar.

O seu vicio é maior que o meu coração.

Cantar na luz do sol, embasado em manchas pretas.

O seu vicio é maior que o meu coração.

Sair na cidade te procurando, sabendo que não iria te encontrar, me tranquei.

O seu vicio é maior que o meu coração.

Janelas trancadas, meu quarto novamente abafado.

O seu vicio é maior que o meu coração.

Andando reto sem destino, cantando apenas palavras frias.

O seu vicio é maior que o meu coração.

Todo o circo armado para te dizer: que o sol não sai amanhã, pra você.

Marcelo C.

Reanime

Sinto muito, mas aconteceu
Sinto muito, mas meu barco chegou
Sinto muito, minha ilha voltou.

O mar me resguardou
Bordou em mim as amarras que soltou.
O amar se trancou
Pegou a chave e fora jogou
O amor.

O barco foi embora
Na areia da ilha me largou
Não se iludas com as cantigas
Cantei, cantei
Me peguei num bloco de gelo em cima do sol.

O sentimento congelou. Reanime.

Marcelo C.

sábado, 30 de novembro de 2013

Para que você se lembre que o céu não é perto

A gente só queria o amor
Need (algum) love
Dai-me alguma war
Me exibo pra solidão
Mobilidade;
Pelo mundo
Amabilidade;
Por mim
Que só me sinto
Sorria palhaço
Arma teu circo e chora
Pra ninguém
Corrido
Largo tudo
Não precisa casar num domingo
Ja basta
Te ver sorrindo
Longe

Do fim.
A TV ligada no AV
O avião a decolar
Me para
Me tara
Quem sabe
Se amarra

Em mim.
Estou só
Com um monte de gente do lado
Porém, só.

E as estrofes vão ficando pequenas
Com frases longas

Eu vou ficando pequeno
Com frases longas

Você

Ficando pequena.

Sem mim.

Eu;
Ficando distante
Até então
Cinco paradas de saudades.

Ah;
Saudade. Longa.

Marcelo C.

Segunda pausa após vômitos emocionais

Teus passos me levam a pensar demais, tua ida parece sincera, estais nos braços de uma bela cadeira usando verniz vermelho. Em meus braços, nada.

Existe uma velha e nova  mão estendida, tão alva quanto a tua. Não é a tua. São quatro.
Eu quero o teu singular!
Corre.

Diz-me mais do que isso, ainda és maior que isso...

O que é isso? Me explica o que chega a ser isso?!
Me define isso. Te defino poesias. Te definhas.

Disseste à mim que te mostrei a vida. E agora vem dizer pra mim que é despedida...

Bela moça dos meus pensares
Nuvem alva do meu céu pálido
A jóia das minhas canções
Eu continuo matando os leões.
E torcendo a cara para vida acontecendo.

Você ainda ta aqui?
Ei, você ainda ta aqui?

Não perdoarei nem a ti se foste para lá.

Vontade de abraçar...

Se viro na rua abraços terei. O teu não estica.
Não queres esticar!
Não!

Marcelo C.

quinta-feira, 28 de novembro de 2013

Casa 14

Devolva-me teu violão
Devolva-me teus beijos
Devolva-me teu amor

[...]

Devolvi a única matéria que ainda me ligava a ti, não foi em vão que passei o dia em choro, nada teu há mais comigo.
Assisti filmes, ouvi músicas, e tudo me dizia a mesma coisa: eu não te desperto mais!
É uma pena pois tenho o amor maior do mundo a oferecer, e na minha terra amor é suficiente pra tudo.
É dificil fazer o trajeto da tua casa, é dificil olhar nos teus olhos e não derramar uma lágrima. Te evito. Te amo.
Meu coração em chamas em voltar a casa 14.
Meu coração em gelo ao chegar na casa 14.
Eu não sou do tipo que banca o forte, mas não quero ser na tua frente o que banca o fraco.
Meu abraço diz muito, não consigo segurar e choro. Teu cheiro em mim. Vou embora.
Teu abraço diz muito, não consegues segurar o choro (meu).
Se possivel, no violão que devolvi, toca nossa música?

Marcelo C.

Poucas vezes

Sinto que deverias vim para ver os meus olhos tristonhos de cartola.
Um pouco de sorriso ainda resta, as vezes ainda sai um pouco de sol dessas frestas.
Mas quem liga? Eu estou feliz, você não está?
Choro inúmeras vezes ao dia.
Mas sinto que estamos fazendo exatamente como querias, querida.
Cheguei ao fundo do meu poço e as poucas vezes que te encontro sou feliz [...]

Marcelo C.

quarta-feira, 27 de novembro de 2013

Memórias

Lembra que eu te dizia que só sabia escrever bem e muito quando tava triste? To escrevendo muito faz tempo!
Eram textos que tu querias? Esse mês e sabe-se la até quando tu vais ter textos.
Escrevo a ti para recuperar tuas memórias, pra ver se consigo te fazer enxergar tantas coisas nesse mundo, mas cada dia que passa vejo que não consigo, vejo que sou um fraco, apenas.
Tudo que passa na minha cabeça é que estais doente, prestes a morrer daqui há um mês e queres me poupar disso tudo...
Mas não, tua saúde ta em perfeito estado como sabemos.
A tua memória é a única coisa que me restou.
Queria escrever mais sobre isso, mas to com várias dores no corpo, na alma e na cabeça.
Se faltou citar o coração não foi nenhum erro, ele tá pedrado.

Marcelo C.

Dilema

Exatamente 13:38, to por terminar de escrever as provas dos meus alunos, e to ouvindo Lirinha. Senti alguma necessidade de por algo pra fora, vomitar coagulos que tão dentro de mim há tempos.
Acho que não percebe o alto nivel de periculosidade ao me falar coisas do tipo "pra mim não rola mais!". Em seguida um "sempre te amarei" pode não me confortar!
Eu te amo, e eu sei disso, sei que é real, e mesmo com dificuldades isso não muda, mesmo com outras me querendo, isso não muda. Então não me diz pra ficar bem, quando não se pode ficar bem!
Acho que no mundo existem poucos homens iguais a mim, eu sou único e sempre na minha vida ninguem nunca aguentou meu amor e convivo com isso até hoje.
A parte boa disso, é que aqui posso falar o que eu bem entender...
Então só pra fixar: eu te amo sim, to do seu lado sim, e quando me pedes isso me da uma alegria única, mas, ninguém precisa de dois apoios..

Quando a dor amenizar eu irei te encontrar

E te vejo voltando pra casa, andando com músicas nos ouvidos.
Pegarei por tantos dias o ônibus das 12:20 só pra ver se volto contigo. E te vejo voltando pra casa, com dois dinossauros seguros nas costas, capotando ladeira acima, chorando sobre o leite ainda a derramar.

[...]

Vou cobrir a nossa cama como fosse um firmamento.
Você sabe o que é um firmamento
meu amor? O que é, é muito pequeno diante do que pode vir a ser!

[...]

E te vejo procurando uma casa, um ato pesado para mim que estou a te olhar.
E procuras por casas bonitas, casas espaciais, com quintal, dois filhos robôs e um interior vazio.
E continuo a ver você voltando pra casa, com seios brancos que enche meus olhos e minha boca, a chorar.

Marcelo C.

terça-feira, 26 de novembro de 2013

Ar [2]

Meu coração acelera, parece que vai voar boca afora, minhas mãos treme, minhas pernas bambas.
Vejo que preciso ir a fundo na sua vida pra morrer aos poucos, aliais hoje ta um dia lindo de morrer
[...]
Vejo também que preciso morrer aos poucos pra viver aos muitos.
Olho com tanta saudade pra tua boca, pro teu cheiro, pros teus sentimentos, imagino teu beijo em presença, nunca mais tu esteve aqui.
Sinto sua falta, mais ter tua presença não é suficiente, ter teu fisico não prolonga vida e tu sabes disso.

Ah se não fosse o amor
E a força incrível do seu reator

As vezes passa na minha cabeça essa vontade de largar, deixar, jogar.
A vontade de te deixar, só não é maior do que a vontade de te ter!
Todos os dias te registro em letras, pra tu não esquecer que eu sou vivo, apesar de parecer morto, sou vivo e te imortalizo.

Chamei você mas você não veio, eu entendi que era normal, nada pessoal.
Ah se não fosse o amor [...]

E vou vivendo até parar, vou sentindo saudade até aguentar.
Além de você a única coisa que não tenho mais é ar!

Marcelo C.

Ela vai [...]

Ela vai sair a tarde com aquele vestido branco que você gosta, ela vai fazer os caminhos de sempre e você não estará ao seu lado, ela vai descer no mesmo ponto de ônibus e sair caminhando com o cabelo longo que você ama ao vento, atravessando a mesma velha ponte vai lembrar que você gosta de pontes e daquele rio sujo ali embaixo, ela vai cruzar a ponte e decidir em 10 segundos se vai pela rua da livraria cultura ou pela direta que da na moeda, nunca pela rua que da acesso ao marco zero, ela diz ser perigosa.
Enfim chegará em seu berçário da cidade, dará uma volta pra avisar ao lugar que chegou com sua beleza natural, reclamará do alto som dos ensaios dos maracatus e mais uma vez lembrará que você sempre comentava algo sobre isso, já ao escurecer, sentará no mesmo bar de costume, nas mesmas mesas de sempre e talvez lembre que a mesa onde lhe deste a aliança fica em frente a porta de entrada.
Vai lembrar também que quando você bebe um pouco mais, costuma dizer vários "eu te amo" e que naquelas mesas os planos foram feitos e desfeitos, que naquelas mesas há felicidade e tristeza.
E sentirá sua falta, e talvez lembrará o quanto você quer está ali e talvez te ligue perguntando se tudo tá bem, quando na verdade ela só quer te dizer "vem, eu te espero aqui e te amo."
E quem sabe ela lembre do sentido da união de vocês e chore ao pensar que te jogou de lado e chore ao lembrar que ao lado está você murmurando e de longe tentando alegrar seus finais de semana.
Talvez ela te procure depois disso, talvez esse vestido já pertença a outro alguém. Talvez ela só tome um copo amargo dessa cerveja.

Marcelo C.

segunda-feira, 25 de novembro de 2013

Asma

Me ataca quando não espero, quando estou num nivel crítico de fraqueza.
Quando falas que não voltarás porque o mundo não mais gira em meu sentido.
Quando inflama meus músculos deixando inchado e estreito meu pulmão [...]
(Coração)

"Olho pra você enquanto passa o
mal, dói algumas vezes e eu nem sei por quê.
Voltei aqui pra te dizer que alguma hora tudo vai ficar pra
trás, e nós contando estrelas no mar."

Quando sinto aquela ânsia pela morte e me beijas na esperança que tudo passe... Não passa.
Como também não passa os dias, nem essa crise eterna de falta de (a)r.

Marcelo C.

quinta-feira, 21 de novembro de 2013

Aguardar

Te aguardo atrás da porta
Aquela porta la do fundo
Fico escondido bem perto da sombra da dobradiça
A chave se perdeu
E eu já não vejo o sol
Dobras endurecidas
Coração já enferrujado
De veias entupidas por incertezas e atitudes (des)esperadas
Já rangendo ao arrastar os dentes
Mordo as trancas em destroços.

Marcelo C.

quarta-feira, 20 de novembro de 2013

Ar

Vamos nos livrar
Andar
Cantar
Pescar
Festar
Vamos nos livrar das amarras
Soltar
Cortar
Imendar
Juntar
                      [...]

Vamos tocar fogo nas paredes
Correr num campo com capim riscando as pernas brancas
Vamos de andança
E se vamos deduzo ser nós dois
Para de me deixar pra depois
Eu sei que falo como se fosse o fim
Tu achas que isso não pesa em mim?!
Até o que eu tinha vendi...

                      [...]

Deixa eu te livrar
Cuidar
Amar
Abraçar
Carinhar
Deixa eu te livrar das amarras
Salvar
Ajudar
Achar
O que (achas) perdido está.

segunda-feira, 18 de novembro de 2013

Indo

E minha esperança indo e vindo, indo e vindo.
Atropelando minha razão sem nenhum motivo.
Procurando o ponto inicial desse precipicío|tento não ser invasivo.
Vou invadindo, invadindo...
Teu labirinto.
No começo do alfabeto me deparo contigo.
Em pleno sonho me pego te sentindo|sorrindo.
Tu és (menina) meu unico motivo!

Marcelo C.

sábado, 9 de novembro de 2013

Vejo o sol longe quando olho da janela

To no quarto olhando pra janela.
Fico todos os dias da minha vida trancado num quarto, meus dias tão passando lentamente, não vejo a hora de chegar o dia da libertação ou redenção.
Entre uma crise de asma e um cigarro, tomo um gole de vodca com gelo.
Minha falta de vontade pra falar com outros não é de agora, não é nada repentino, simplesmente hoje ta mais aguçada, talvez pelo momento vivido (parado).
Tenho um tanto de medo de tornar meu único espaço muito auto-biográfico, perder a essência das coisas, engraçado, meus amigos tão buscando saber o que seria "a coisa".
Cada momento é um momento, eu não vou viver o que vivi e nem escrever o que já escrevi.
As vezes tenho a intenção de passar algo e acabo tomando outro caminho e falando de tudo! Não quero te falar tudo, tudo tá tão complexo, sinceramente eu não quero falar nada pra ninguém também, mas, vejo aqui uma chance de falar por quem não tem voz... De falar de você pra você e talvez por você!
Imagina a gente poder falar pelo outro? Só imagina quem voa, quem entra num quarto e se tranca, eu tô trancado desde o tal dia, não sei se me liberto hoje ou amanhã, só vem me libertar logo! 

quinta-feira, 7 de novembro de 2013

A distração dos dias

Não necessariamente, mas, meus dias resumem-se em te imaginar, guardo comigo um sorriso sem graça, e um carinho na mão, tenho guardado muitas outras coisas comigo também, inclusive você!
Em meio uma ou outra crise de loucura, minha vida vai parada, não ando muito auto destrutivo não. Branquinha, sabe que ando tentando tocar teu violão?! Deve ser um meio de te sentir perto, sim isso é um atestado de distância, não ando muito confiante em mim, mas quando fui né? Nem lembro...
Comecei a te fazer um livro, mas isso já tem um tempo, quando tu começou a desviar do meu caminho.
E se queres saber, na minha tentativa de tocar, to tocando uma música minha (nossa), aquela mesma que Alessandra um dia musicou.
Fico pensando se posso te avistar na rua, em meio tantas pessoas, andando e paradas, caminhando e correndo, será que te vejo flutuando?
Eu te vejo sempre no meu quarto, ironicamente é o pior lugar de se dormir e viver (hoje em dia).

Marcelo C.

sábado, 2 de novembro de 2013

Me limito a ser amor

Ato ou efeito de encantar.
Coisa que encanta ou agrada
extremamente: este drama é um
encanto.
Pessoa, que encanta.
Qualidade da pessoa ou coisa, que
agrada em extremo.
Numa visão geral eu nunca me encantei por alguém, vejo encantamento como uma superficialidade.
Encanto não é amor.
Prefiro amor!
"Os amantes apenas vêem os
defeitos das amadas quando o
seu encantamento acaba."
Quando você entra nessa, você compra o que não existe, com sentimentos as cegas.
Por vezes forte a emoção do encanto, ele passa, e o resto fica.
E o resto por sua vez fica ao lado, o resto fica observando teu fracasso ou melhor, tua passagem.
Realmente como não tenho nenhuma propriedade sobre isso fico limitado a ser amor.

Marcelo C.

quarta-feira, 16 de outubro de 2013

O texto em carne e osso que tu escreveu

- O que ta fazendo?

- Pensando em te escrever algo. Pensando no teu rosto, teu sorriso, tua boca [...]
Pensando nos teus olhos fintando os meus e tua mão alva alva carinhando a minha!

Pensando em ser novo, tenho medo que o velho não te agrade mais.
Mas o velho foi o agrado de tudo!
O modernismo é um problema [...]

- Se um dia você não me agradar mais, o problema não vai estar em você.

- 30 ou 40 escritas atrás falei sobre "olhar minha vida futuramente" E lembro-me bem do que via...

- O que via?

-Via uma solidão, via medo, via rastros e fantasmas.

30 ou 40 escritas a frente vejo outro mundo. Vejo colorido, vejo bem!
Vejo você e vejo filhos, vejo quintal, vejo roupa no varal, vejo almoço no fogão, vejo uma vida de vivo!

Quando saio do papel principal de encantador de mocinhas e viro apenas o encantado pela mocinha [...]
Posição pela qual lutei muito pra conseguir, e consegui!

Muitas outras coisas lutei pra conseguir e luto todos os dias.
Quem não tem que matar um leão por dia não é mesmo?!
Mato leão, mantenho a fogueira acessa, e nossos corpos quentes.

Marcelo C.

quinta-feira, 3 de outubro de 2013

Branca rosa

Essa história é bem peculiar que vou contar, é sobre uma rosa branca, de como ela se sentia por não fazer jus ao nome.

Essa rosa foi criada a mão, com toda perfeição encontrada em potes de armários.
A rosa delicada que só ela se sentia frágil por ter sido criada a mão.

Com o passar dos tempos a rosa foi jogada no jardim do quintal onde la encontram-se várias outras rosas, mas o problema é que as outras rosas eram rosas e a branca apenas.

Branca apenas reclusa e miuda, em canto se cobria achando que vida de rosa branca é facil, achando que rosa branca não rala pra ser aceita, achando e SOMENTE achando que rosa branca da em todo canto!

Rosa branca é rara, rosa branca é cara, rosa branca é vida e linda!
Mas branca faz a questão de ser timida e na dela e isso faz com que as rosas rosas se achem dona do jardim e dos jardins.

Branca com o tempo foi murchando, murchou até murchinha está! PORRA BRANCA NÃO DEIXA OS OUTROS TE MURCHAREM!

És linda rosa branca, és viva e ta viva ja te coloca em posição mais que especial, e lembra-te que fosse feita a mão, lembra que o amor se derramou sobre ti e sobre mim que sou o dono desse jardim.

Marcelo C.

quarta-feira, 2 de outubro de 2013

Mato

Não me diga que não me amo, me amo, te amo e por isso mato.
Mato todos ao redor, mato pelo bem, mato em nome da felicidade.
Viajaria milhas de milão ate copacabana pra matar os incômodos da minha mente, ate te mataria caso não acreditasse quando falo uma loucura desacreditável.
Enxergo por mim e por tu, enxergo em pb, enxergo atrás, enxergaria do outro lado caso preciso fosse,mas,não.
Rabugento ou mal-humorado, os dois não pode, mesmo que sejas assim periodicamente, mas se algo me ameaça, se algo te ronda, se algo te suga e te carrega, ou se algo é verde, mato!

Marcelo C.

segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Prazer, voltei só pra vasculhar o momento vivido

Olha, depois de tanto tempo a casa continua a mesma, com os mesmos móveis lustrados, mas com a pintura renovada, de capa limpa, branca, mas , a mesma.
O tempo que passei na geladeira não foi congelante internamente ou mentalmente, não mente.
Foi um periodo de simples amadurecimento, estou quase com tapurus!
Maduro demais, ranzinza demais, amando demais, carente demais [...]
Num formato carta aberta, musiquei minha vida encantando ouvidos de terceiros.
Me reinventei e me musiquei e gostei!
Ando amedrontado há tempos.

[...]

To passando de um ciclo de insegurança para um ciclo... é, um ciclo... um ciclo que talvez não tenha passado ainda.
Eu senti medo de um peixe e fui atacado por um cardume!
Prazer, eu.

Marcelo C.

terça-feira, 12 de março de 2013

"Chave"


Vejo o tempo como um apaziguador das coisas, da vida, das condições.
Teremos nele um amigo caso seja útil (para ele).
Podemos mudar de acordo como queremos, podemos achar que mandamos em atitudes, mas sempre guardaremos esse antigo “eu” numa caixa intima, por questão de conforto.
Sabendo que a vida tem nossa chave.
Mesmo que mudemos por alguma necessidade, causa, condição etc, sempre haverá uma chave que faz emergir esse tal antigo “eu”, essa chave te revira e te lembra que tu somente pensas mandar em algo, essa chave pode ser o que você quiser, afinal até certo ponto sua vida é o que você quiser.

Marcelo C.

quinta-feira, 7 de março de 2013

Falando sobre pontes e andando em suicídio


Andei essa cidade inteira, cansado, maruado da maresia da vida, procurando o pouco sobrado da tua migalha. 
A falta de respostas talvez me entorpeça Dolores. 
Dores frias ou dormências formigantes.
A dor da tua cólica que sai rasgando teu ventre e acaba com teus pais e filhos, trejeitos do sujeito simples.
A falta de respiração enquanto atravesso a ponte com um cigarro e um punhado de asma.
Cambaleando em vida troquei umas palavras com um amigo, enquanto a asma atacava falávamos sobre suicídio e enquanto sufocava-me em filosofias tentava lhe explicar a irracionalidade de tirar a liberdade da vida.
Um tropeço em movimento quase que tiro a minha liberdade, não me dê sua caridade!
Agora chego ao fim da ponte, do (en)canto, da conversa, mas, nunca do pensamento.

Marcelo C.

terça-feira, 5 de março de 2013

Nessa praia moram pombos


Eu to observando o mar fazem mais ou menos 40 minutos e não consigo descrever algo, só sinto, mas descrever não consigo.
Quando olhava do alto do apartamento, mesmo superficialmente sentia vontade de decifrá-lo, descrever.
Chego finalmente em sua frente, sento na areia bege, silencio.
Embaixo de uma árvore, prédios tirando o aspecto de ilha, tirando sol.
Ondas indo e vindo, sou passivo às ondas, elas vem e vão e vêem o que podemos fazer e não fazemos.
Elas chegam e você se pergunta o porque deixam a porta aberta, ondas nunca prometem ficar, tem a intenção de maruar, esse é o seu recado.
Ela até tenta te levar junto, mas, é perigoso deixar-se ir.
Depois desse dia acabei conhecendo melhor as ondas do que o mar.

Marcelo C.

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

10,30 anos

Hoje depois de tanto tempo to passando em frente a tua rua, não faço ideia se ainda moras aqui, nos perdemos. 
Já visível os cabelos grisalhos, já sentindo o tempo na minha vida. Tu me condenas ao pensar, teu nome me condena ao sofrer e tua lembrança me ordena ao chorar. 
Hoje em dia só me resta um papel manchado de café, uma caneta falha. 
“Por que isso agora?” 
“Por que isso agora?” 
Isso pode ser daqui à 10,30 anos ou pode nunca ser. Então eu já nem sei se esse texto é meu ou teu já que foi feito com tuas lágrimas.

Marcelo C.

quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

A flor que roubei da vizinha para te dar.



Maestria na alegria
Não imune a tristeza
Mas, sublime a lealdade.
A flor a ti oferecida
Na nossa caixa mágica será guardada
Junto  com nosso filho
Plantas
Cd’s
Declarações de amor
Presentes, e uma camiseta suja.
Diz que amor não morre
Diz que felicidade se planta
Nasce uma arvore
Ela diz que não sabe, desdenha do carinho
Diz “eu te amo” e sorrir.

Marcelo C.

quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

Alta estrada


Talvez quando você lê esse bilhete você lembre que o espaço vazio da cama é meu, te deixo juntamente com as contas atrasadas, afinal de contas você percebe que chegamos ao fim da nossa cota?
Uma cama vazia, uma banda de colchão mais leve, um travesseiro frio.
Fui embora antes que esquentasse ou o meu cheiro ficasse, na rodoviária exala. És solitária.
És também um bocado de tantas outras coisas, ouço isso de outros.
Nessa ultima passagem fiz varias coisas pela primeira vez na sua casa. Percebeste? Percebeste? Creio que não...
Tratei de redecorar do nosso jeito, espalhei tudo, baguncei, não quero que percebas algo novo em mim, tratei de cometer haraquiri na sua e na minha vida.

[...]

Extravagâncias, amantes, dívidas, separações, alegações de incesto, morte por febre.
Tem que saber que não é invulnerável, que vão te fazer a corte e os cortes, nunca as suturas. 
Você é antigo na dor, faz de sangrias coaguladas teu pranto.
Você colocou as mãos na labareda, deu as mãos de bandeja à palmatória.
Você cometeu haraquiri, e o show ainda nem chegou na metade.

[...]

Espero de volta teu bilhete, rasgue o meu, não importa, sei que dirás que quem cansou foi tu, não adianta.
Cansou do joguete, cansou das brigas, cacete!
Embebedar-se não resolve, derrame de sangue no carpete mancha, querosene o fogo consome, assim como teu nome, assinatura, cheiro de cigarro, embebedar-se não resolve.
Teu nome que some, assim como calor do travesseiro que nem deixastes mornar.
Quando você lê esse bilhete já estarei na alta estrada, aliança já quebrada.
Sim cometerei haraquiri apenas em nossas vidas, sua vida, que breve breve será esquecida.

Marcelo C.

sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

Querida saudade.


Oh querida, quanto tempo te escrevo sem retorno, ando exausto de ser frágil.
Pergunto-me se futuramente algo alem de cartas nos ligará?
Ando repetindo os mesmo versos a meses, deixei o “eu te amo” em lápis, decides se deixa-o eterno a tinta. Imagino que o entregador anda falho contigo, te encontrar também anda difícil pra ele?
Variei as flores, percebestes? Os jasmins deixam as cartas com um aroma bom, já que não consigo mais sentir o teu.
Estive mudando as coisas de lugar se quer saber, a antiga cama findou-se, uma nova pus no lugar.
O armário pro lado direito mudou-se, eu sei é estranho.
Desde tua ida (por enquanto definitiva) que a data não me esqueço, as roupas deixadas doei pra quem precisa, os perfumes quebrei para não mais teu cheiro sentir, passei a usar roupas pretas, ainda lúcido findei por achar o amor feio, cheirando a mijo. Hoje o acho-o livre.
Oh querida a dor da doença mortal me domina também, mas ainda faltam cartas a serem escritas, ainda falta tu ler e o convite me fazer.
Espero tua resposta incansavelmente, semana passada até cansei, mas tomei um porre e esqueci.
Gosto de anotar as datas de envio, mas mesmo assim esqueço-me. Só lembro a data da tua partida minha querida.
O entregador de ontem era novo, solicitei a mudança nos correios. Eles não me deram respostas, mas todo mês é um entregador diferente. Engraçado falar entregador se a mim nada é entregue, talvez ele me traga esperança quando a porta do sanatório bate. Só entrego-lhe correspondências.
Corre na minha memória que teu endereço é fixo, intriga-me a falta de resposta.
Hoje irei preparar mais 10 exemplares de cartas a ti pra serem enviadas ainda essa semana, corrija-me se estiver errado mediante ao endereço: cemitério da paz, número 148, túmulo 23.

Marcelo C.