quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Reinvento - parte III

Encontrando Emily na esquina da sua casa, Miguel claramente sentiu o efeito do álcool passar na mesma hora.

“Ou eu não bebi o suficiente pra encarar essa menina ou meu nervosismo ta tão grande ao ponto de cortar o efeito do álcool.”

Emily fala com todos e olha pra Miguel com cara de espanto, enquanto ele se sentia o rei da cocada preta só por estar indo na casa dela.

- Não imaginava que viria me ver hoje.

- Gostou não? Posso ir embora se quiser. (Miguel sempre teve um pé na dramaticidade.)

- Não é isso idiota, só to falando que não tava esperando, só isso.

Então todos vão à casa de Emily, chegando lá todos conversando, sorrindo, um clima bacana. Ai chega uns familiares de Emily, todos são apresentados uns aos outros e chega o momento em que todos têm que falar com a mãe da Emily, que na cabeça viajada do Miguel era o primeiro contato com sua futura sogra (tosco uma pessoa pensar assim sabemos ne.) todos devidamente apresentados ate que chega a vez do Miguel.

- Mãe, esse é Miguel o menino do cabelo enroladinho lindo que eu falei.

- Prazer Miguel, Emily fala muito de você.

- Fala de mim? Fala o que? Por quê?

Miguel é interrompido por Emily que corta o assunto.  Entre uma foto e outra, Miguel admira a beleza de Emily com o olho vidrado, duro. A festa acaba todos se despedem e Miguel vai pra casa com a melhor sensação do mundo, apesar de tudo que planejou fazer não ter acontecido.

terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Reinvento - parte II

- Miguel você vai acabar se apaixonando por essa menina, e todos nós sabemos como ela é esperta não é mesmo? E também sabemos que você vai sair sofrendo disso tudo.

Miguel tinha essa virtude ou defeito sei la, ele gostava da ideia de namorar, ter um relacionamento serio com alguém, era desses românticos incuráveis!  E sabia (por mais que negasse) que a garota não era pro seu bico.

No intervalo das aulas todos estavam no pátio conversando, rindo, aquela alegria de amigos, então a tal garota chega e calculadamente senta ao lado de Miguel. Passam os minutos, Miguel sentia-se nervoso, gelado e sem entender o porquê de tudo isso. Ela bota a perna por cima da perna dele e suavemente o beija no rosto. Miguel solta um leve sorriso tímido (aqueles de meia boca).

- O que houve Miguel? (fala Emily com um ar irônico)

- Nada demais ué (com um sorriso de um canto a outro no rosto)

Todos sempre se perguntaram se Emily sabia o que estava causando ao pobre Miguel, ela sempre teve cara de esperta, dessas meninas que gostam de conquistar pra mostrar o quanto é linda e consegue o que quer. Outros dizem que Emily só foi se aproximando de Miguel com intenção de fazer ciúmes ao um ex “ficante” que tinha arrumado alguém antes dela. Miguel era muito ingênuo pra acreditar num absurdo desse.

“Não é possível que ela fizesse isso pra chamar atenção de outro que não fosse eu!”

Miguel vivia atordoado com essa ideia, cheio de pensamentos ruins afinal ele não tem um bom passado amoroso. Começa o penúltimo mês do ano de 2010, Miguel era um poço de sentimentos transbordando por causa da sua formatura, eram tantos os planos que ele nem notava que a cada conversa com Emily o envolvimento ia ficando maior. Emily fazia aniversário no começo do mês e Miguel tão bobo não sabia o que falar, um simples “parabéns Emily” não seria bacana, afinal ele sempre pensou que ela esperava bem mais dele, bem mais do que um simples “parabéns”.

- Emily parabéns meu amor (sempre com um ar de riso no rosto, mas acabou não falando nada do que queria, Miguel era muito tímido principalmente perto dela.)

- Obrigado Miguel, obrigado por lembrar-se do meu aniversário. (Emily o abraça, fecha os olhos e o beija no rosto como de costume.)

Miguel sempre gostava de abraçá-la, o seu abraço era tão acolhedor que por um momento acabavam-se os problemas, pensamentos ruins e ele via em Emily a melhor, mais bonita e apaixonante desse mundo.
Passou aquela terça-feira dia do aniversário de Emily, Miguel então combina com seus amigos de irem beber numa praça que tinha perto da casa deles.

- Galera, esse fim de semana tava querendo tomar uns vinhos, cervejas e tal pra esquecer um pouco dos problemas, que tal?

- Miguel, esse fim de semana tem a festa da Emily na casa dela, mas podemos ir à praça e de lá passar na casa dela.

- Ah pessoal minha amizade com a Emily não passa da escola, ir a casa dela já seria demais não acham não?

- que nada menino, ela mandou chamar a galera toda!

Então Miguel e seus seis amigos decidem que primeiro vão beber e conversar um pouco e depois ir à festa de Emily. Miguel adorou a ideia de poder ir um pouco mais “descontraído”, por que tinha certeza que se fosse totalmente sóbrio iria ficar travado ao extremo. A bebida e o assunto acabaram e eles foram encontrar Emily e ir a sua casa.

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Reinvento - parte I

O Último ano letivo de Miguel no colégio onde estuda desde a 6ª serie. Nos últimos cinco anos Miguel sempre foi colocado como “nada”. Aquele nerd da primeira fila, de baixa estatura e que vive em longos cinco anos de frases feitas do tipo: “Relacionamento em escola é enjoativo e não presta.” Isso tudo servia de máscara para cobrir sua imensa insegurança e talvez a falta de amor próprio.

Voltando a seu grande “3º ano”, seus amigos e muitas mudanças de estilo, de pensamento, uma nova vida baseada em saídas, álcool, drogas e finalmente uma paixão colegial. Melissa, uma guria de cabelo colorido que o fazia sentir-se diferente a cada dia, mas mal sabia Miguel que essa garota vivia em outro mundo, com outros tipos de paixões, uma paixão de outro estado, uma paixão virtual e isso o fez desacreditar ainda mais no tal do amor (que ate então era o que ele ingênuo acreditava, que realmente sentia amor).

“Como um cara de outro estado consegue ser mais atraente e ganhar o amor de alguém? Enquanto eu e meu destrambelhamento conseguimos no máximo elogiar o seu sapato novo.”

- Queria falar comigo Melissa?

- Miguel me disseram que você ta começando a sentir alguma coisa por mim, eu queria saber se isso era verdade?

- Melissa, eu queria muito conversar com você... (Miguel é interrompido por Melissa que talvez temendo a resposta faz questão de logo dar sua opinião sobre o assunto.)

- Miguel não passamos de apenas bons amigos, e não tem como mudar isso, infelizmente só te vejo como um amigo!

Miguel então com um nó enorme na garganta tentar argumentar algo, porem impossível, a qualquer momento poderia desabar uma lágrima, então Miguel simplesmente sai e fecha a porta da sala de aula.

Miguel então passou a beber ainda mais, até que a garota fez o favor de ficar com um dos seus amigos na frente dele e no dia que ele estava decidido a se declarar. Claro que ela não teve culpa, nunca ficou sabendo dos sentimentos do Miguel. Foram sete meses de sofrimento e cada vez mais certeza que não deveria nunca ter se apaixonado por alguém de sua escola, e que ainda por cima era sua amiga. Nesse período muita coisa mudou em sua vida, conheceu muita gente, começou a viver como gente grande.

Chega outubro e Miguel fica com outra amiga (acho que ele era bom de confundir  as coisas.) Mas dessa vez foi diferente, não houve sentimento, era somente atração que quando acabou cada um foi pro seu lado e tudo continuou normal. Mas é claro que Miguel como qualquer inexperiente se assustou com tamanha naturalidade de todos sobre o assunto.

- Meu deus até ontem ela tava ficando comigo e hoje na festa ela ficou com outro garoto.

- Miguel você tem que entender que a vida é assim, vocês nem tinham nada, só ficaram!
- Eu sei disso claramente, mas entenda que não são ciúmes, é só estranheza.

No ultimo dia de outubro Miguel conhece uma garota através dos seus amigos, Emily, ela era tão estranha, o jeito de olhar, de falar e até o modo como sorria. Ela o olhava da cabeça aos pés e o deixava com o rosto vermelho a cada olhada.

- Como alguém pode me deixar tão envergonhando a ponto das minhas bochechas ficarem vermelhas?

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

E eu me pergunto o que é que eu sou.
Vai ver eu não sou mesmo nada
E eu me pergunto o que é que eu fiz
Vai ver eu não fiz mesmo nada,
Eu penso tanto em desistir
Mas afinal, não ganhei nada.

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Tem dia que me pego sem vontade de fazer nada além de me alienar na frente do computador, nem escrever eu consigo. Tem dia que meu pensamento trava, outros que só penso coisa ruim, outro que meu dom se esconde. Raramente vejo quem amo e quando vejo me destroço e me deparo com a indiferença dos outros, dos próximos. Eu amo, eu luto, eu choro, sofro, me debato, debato sobre com alguém que me entenda e me fortalece de alguma forma, de varias maneiras.
Procuro não saber da vida da princesa torta da maneira mais terrível: procurando.
E mesmo quando não procuro ela se encaixa perfeitamente em tudo, absurdamente em tudo que faço, seja numa vaga lembrança ou num pedaço de sonho e eu a procuro, e vejo ela se esconder, se esconder da única pessoa que a ama, não pela bunda e peito, e sim pelo sorriso e olhar. Deixa pra la, ela ainda não entende. Vou procura-la!

Marcelo C.

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Deixai que os fatos sejam fatos naturalmente sem que sejam forjados para acontecer, deixai que os olhos vejam os pequenos detalhes lentamente, deixai que as coisas que lhe circundam estejam sempre inertes como móveis inofensivos para lhe servir quando for preciso e nunca lhe causar danos sejam eles morais físicos ou psicológicos.

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Esses dias venho ouvindo muito o disco da Amy Winehouse, e é uma vibe tão bacana, você senti o momento da musica como se fosse seu. A partir do momento que ponho o disco e deito minha cabeça no travesseiro o meu mundo passa a ser outro, é uma mudança de estado. Me sinto livre e desprendido de todo mundo, mesmo ela sendo total dependente de pessoas e vícios. É como se eu não precisasse de ninguém ao ouvir “Back to Black” como se viver em pró de uma pessoa não fosse nada além de um jogo de vídeo game onde você zera e não tem mais pra onde ir, ou onde você leva game over no terceiro nível. No momento de “Love is a losing game” esqueço que amo, esqueço que sofro e aceito que realmente o amor é um jogo de azar, um jogo sem volta típico de roleta russa, entende?
“Quando é que nós vamos arranjar tempo para sermos apenas amigos?”
É o tipo de pergunta que o ser humano se faz a todo momento, é aquela pergunta sem resposta que você vive procurando mesmo sabendo que é um caminho sem fim.

Marcelo C.

domingo, 5 de fevereiro de 2012

Escrever é procurar entender, é procurar reproduzir o irreproduzível, é sentir até o último fim o sentimento que permaneceria apenas vago e sufocador. Escrever é também abençoar uma vida que não foi abençoada.

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

Eu não me conheço. E tenho medo de me conhecer. Tenho medo de me esforçar para ver o que há dentro de mim e acabar surpreendendo uma porção de coisas feias, sujas.

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012


Comigo é assim: passo o dia pensando em te escrever, passo o dia pensando em te descrever, passo o dia tentando escrever. Sou um escritor qualquer, aqueles de porta de bar, mas aquele bar bem rabugento sabe. Sou escritor de pegar as mágoas que os embriagados tentam afogar no copo de cachaça e tomar pra mim, tornam-se minhas mágoas, embriago-me.
Tu me tornaste tão dependente de amor, de amor não! Do seu amor.
Tudo que eu faço tu estás, em tudo que escrevo em tudo que fotografo, em tudo que minha mente captura. Estás entre as mascaradas do baile de carnaval, estás entre simples mulheres que passam ligeiramente na rua, mas calma você não tem comparação, sua maravilha ainda deixa rastros que eu tento seguir, mas, os pássaros insistem em me despistar. És fogo e frio na minha vida, és o meu dia caótico, és meu dia cheio de dádivas, és meu dia de prova na faculdade, és meu dia, és minha vida.

Marcelo C.