Meu signo no horoscopo do jornal
é de terra, birrento, teimoso, barato. Esse que eu sou, esse que fui eu.
Meus calos me apertam, tento
correr sozinho pela terra, de pés descalços, individualista. Tá escuro, sozinho
não dá, faz frio, sozinho não dá, torno a repetir. Companhia? Cigarro!
O bonito é que a fumaça se
mistura com o frio, isso me motiva a escrita, nem tão bonita.
Crio adjetivos.
Sozinho novamente, bancos,
gramado bem regado, chuva. Não estou sozinho.
Sabe que só tenho medo de
morrer nesses momentos calmos, onde me encontro.
Outro dia tomei remédios e
bebi, não fez nada. Talvez morte seja só uma ilusão. Foi mal.
Coração acelera perseguido por
ninguém, arritmia. Morri.
Retornei na fumaça, sou lento.
Sabe que tenho um lance com
fumaças, vejo-as dançar, bailar e depois somem, mas não deixam de ser fumaças, comparo com pessoas.
Meus calos doem na mania
exacerbada de viver. Escuro.
Você me entende? Você pode me
entender? Sei que não. Então não finja.
Sem compensação social. Adeus,
vodcas, cigarros e drogas estão na sala de estar, restando-me ser um bom
anfitrião.
Marcelo C.