terça-feira, 12 de março de 2013

"Chave"


Vejo o tempo como um apaziguador das coisas, da vida, das condições.
Teremos nele um amigo caso seja útil (para ele).
Podemos mudar de acordo como queremos, podemos achar que mandamos em atitudes, mas sempre guardaremos esse antigo “eu” numa caixa intima, por questão de conforto.
Sabendo que a vida tem nossa chave.
Mesmo que mudemos por alguma necessidade, causa, condição etc, sempre haverá uma chave que faz emergir esse tal antigo “eu”, essa chave te revira e te lembra que tu somente pensas mandar em algo, essa chave pode ser o que você quiser, afinal até certo ponto sua vida é o que você quiser.

Marcelo C.

quinta-feira, 7 de março de 2013

Falando sobre pontes e andando em suicídio


Andei essa cidade inteira, cansado, maruado da maresia da vida, procurando o pouco sobrado da tua migalha. 
A falta de respostas talvez me entorpeça Dolores. 
Dores frias ou dormências formigantes.
A dor da tua cólica que sai rasgando teu ventre e acaba com teus pais e filhos, trejeitos do sujeito simples.
A falta de respiração enquanto atravesso a ponte com um cigarro e um punhado de asma.
Cambaleando em vida troquei umas palavras com um amigo, enquanto a asma atacava falávamos sobre suicídio e enquanto sufocava-me em filosofias tentava lhe explicar a irracionalidade de tirar a liberdade da vida.
Um tropeço em movimento quase que tiro a minha liberdade, não me dê sua caridade!
Agora chego ao fim da ponte, do (en)canto, da conversa, mas, nunca do pensamento.

Marcelo C.

terça-feira, 5 de março de 2013

Nessa praia moram pombos


Eu to observando o mar fazem mais ou menos 40 minutos e não consigo descrever algo, só sinto, mas descrever não consigo.
Quando olhava do alto do apartamento, mesmo superficialmente sentia vontade de decifrá-lo, descrever.
Chego finalmente em sua frente, sento na areia bege, silencio.
Embaixo de uma árvore, prédios tirando o aspecto de ilha, tirando sol.
Ondas indo e vindo, sou passivo às ondas, elas vem e vão e vêem o que podemos fazer e não fazemos.
Elas chegam e você se pergunta o porque deixam a porta aberta, ondas nunca prometem ficar, tem a intenção de maruar, esse é o seu recado.
Ela até tenta te levar junto, mas, é perigoso deixar-se ir.
Depois desse dia acabei conhecendo melhor as ondas do que o mar.

Marcelo C.