sexta-feira, 19 de outubro de 2012

Aquele cara a beira.


Olhem vocês, tão vendo aquele cara sentando a beira? Ele é um desistente, olhem ao redor, três pessoas felizes, um pensante, o velho e o moço.
Mas vocês não enxergam aquele cara ali? Eu sou o único ou engano-me?
Você procura mesmo a melhora? Que ele um dia será esse grupo de três felizes?
Nunca mais totalmente drês, nunca mais por completo num corpo, num lugar.
Fuma o velho cigarro, masca um trident de morango na esperança de tirar o amargo vivido, vocês realmente não tão vendo?
Raridade hoje em dia é sair algo bom. Tragável.
Eu saindo do corpo pra me ver, posso ver o "eu" passado, eu voltando ao corpo vejo o futuro "eu", nada demais, nada de formal, somente deitado na velha cama, ouvindo a velha música, falando sobre o próximo futuro.

Marcelo C.

segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Mas não posso.


Eu queria sair daqui, mas eu não posso.
Queria dar um fim nessa tristeza, mas não posso.
Queria poder falar o que sinto e ninguém se senti magoado ou culpado por isso, mas não posso.
Queria culpar alguém por tudo isso, mas não posso.
Queria poder chorar descontroladamente hoje, mas não posso.
Queria ser como antes, mas não posso.
Queria simplesmente tirar o peso das costas e jogar em qualquer um que não entenda, mas não posso.
Queria ser novo, mas não posso.
Queria aquela tatuagem da vitrine, mas não posso.
Queria da um fim nisso, mas não posso.
Queria escalar uma montanha, ser rico, não me preocupar com a fatura do cartão de crédito, mas não posso.
Sabe o que posso? Sentir.
Queria dizer ao Chico Buarque que suas músicas me matam lentamente, mas não posso.
Queria transparecer sentimentos, mas não posso.
Posso sofrer.
Queria somente, uma noite sequer que não me engasgasse com algo que não sei o que é, mas não posso.
Queria jogar culpa no amor, mas não posso.
Tocar fogo quem sabe...
Queria escrever constantemente sobre a mágoa, mas não posso.
Sabe o que posso? Não poder saber de nada.

Marcelo C.