segunda-feira, 30 de abril de 2012

O apostador e a moça

Amor que começa por aposta só pode dar nisso, só pode desalinhar e passar por cima do apostador.
Amor de primeiro, primeiro amor.
Triste apostador que acha que pode por a moça apostada na linha, moça que quando menina andava em linha reta.
A moça cresceu e não anda nos trilhos, segue suas vontades e vai de andança mesmo que incertas, ela vai...
E não sabe aonde quer chegar, ela é duvidosa, oh pobre moça que sente a dor de ser apostada como dinheiro num jogo de carteado.
Pobre do apostador que passa seus dias a lamentar os erros cometidos, mesmo sem perceber que é só mexer uma peça desse jogo pra talvez a historia começar a mudar, ah, mas se tem um “talvez” então não mude, não seja pra mudar.
A moça continua a andança incerta.
O apostador no fim de tudo perdeu aposta e hoje deve não só pra quem apostou como pra moça que esperava bem mais dele, pra plateia que queria aplaudir de pé, mas se conteve em sair calada da aparição rápida do apostador e da moça.
E eles dizem: “oh nobre apostador, oh pobre apostador!”

Marcelo C.

quinta-feira, 26 de abril de 2012

O vento leva


Eu tento perceber as coisas ao meu redor, as coisas do sentido da vida. As perdas e ganhos, o que perdi pra poder ganhar, de uma forma correta o que o vento levou e levará. Observo calmamente e repenso, releio enquanto o vento artificial me esfria, enquanto vozes me tira o concentrar. Lembro que um tempo atrás chorei a vida, hoje sorrio. É mágico, é belo ver como escolhas mudam todo sentido, como te faz olhar o retrovisor e ver tudo correto, tudo se encaixando com o agora, ver como é errado julgar as escolhas do vento, por que simplesmente o vento leva para onde ele quer levar e para onde tem que ser levado.

Marcelo C.

quarta-feira, 25 de abril de 2012

Dois corpos


Dois cigarros.
Dois copos.
Vinho bom, gosto amargo.
Vento leve, cabelo balança,
Bate no rosto, cheiro de grama,
Molhada!
Dou um trago, vai ao pulmão e volta,
Solto em tua boca, soltas ao vento.
Fumaça ao relento.
Beijos ao vento!

Marcelo C.

segunda-feira, 23 de abril de 2012

Lovely drug


Sabe aquele dia que nos corremos bêbados na rua? Aquele dia eu tinha acordado com uma tristeza profunda, aquelas que você não quer nem levantar da cama sabe. E o dia em que você bebeu e ficou tão sem condições que eu tive que te dar banho, depois descobri que tinha usado ecstasy fora toda aquela erva. Sabe que os dias apertaram pra gente? E nós aliviamos. Sabe o dia da tua crise de depressão psicótica? Eu pensei que meu mundo ia desmoronar, eu não tenho capacidade pra aguentar isso, mas eu estou contigo, vamos levando assim, estou pelo nosso amor. Porque eu sei que você não tem ninguém sem ser a mim, nem a erva e nem os comprimidos te consolam e curam como eu.
Eu vim pra te cuidar.
Acho que já tá na hora de darmos um tempo nas drogas.


Marcelo C.

terça-feira, 10 de abril de 2012

Minha gratidão a uma pessoa


Viesse de brinde em minha vida, talvez como último gole da cerveja quente, da vida amarga. Procurei te encher de mim, consegui me preencher de ti, vivendo em pró da tua paz, embriagado do teu sorriso. Estou forte contigo, estou "drunk in love". Quero tua ingênua insanidade diariamente, e-t-e-r-n-a-m-e-n-t-e. Me pego estranhamente necessitando da tua apaixonante paranoia, do teu beijo calmo, da tua vida misturada a minha. Eu tão incrédulo que sou não vejo a quem agradecer a não ser a ti. Agradecer a oportunidade de ser feliz, de dar um trago em meu cigarro e soltar fumaça em tua boca e em seguida gritar aos quatros ventos o quanto te amo, a oportunidade de tomar uma cerveja num domingo e falar sobre teu dia, agradeço as coisas simples, as coisas complexas do tipo: não me deixar virar espuma, não me abandonar nunca. Do tipo: fazer-me sentir amado todo dia, fazer-me amar toda hora, prazerosamente te agradeço.

Marcelo C.

domingo, 8 de abril de 2012

A verdade é que palavras bonitas se tornam descartáveis perto das atitudes estúpidas.