Amor que começa por aposta só pode dar nisso, só pode
desalinhar e passar por cima do apostador.
Amor de primeiro, primeiro amor.
Triste apostador que acha que pode por a moça apostada na
linha, moça que quando menina andava em linha reta.
A moça cresceu e não anda nos trilhos, segue suas
vontades e vai de andança mesmo que incertas, ela vai...
E não sabe aonde quer chegar, ela é duvidosa, oh pobre
moça que sente a dor de ser apostada como dinheiro num jogo de carteado.
Pobre do apostador que passa seus dias a lamentar os
erros cometidos, mesmo sem perceber que é só mexer uma peça desse jogo pra
talvez a historia começar a mudar, ah, mas se tem um “talvez” então não mude,
não seja pra mudar.
A moça continua a andança incerta.
O apostador no fim de tudo perdeu aposta e hoje deve não
só pra quem apostou como pra moça que esperava bem mais dele, pra plateia que
queria aplaudir de pé, mas se conteve em sair calada da aparição rápida do
apostador e da moça.
E eles dizem: “oh nobre apostador, oh pobre apostador!”
Marcelo C.