quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

O caminho que se anda não se limita

Meu radiador pensante vive em constante fumaça, quem calado me vê não sabe o barulho que esse motor vermelho faz!
Dou voltas e mais voltas na estrada do teu pensamento, quem sabe tropece numa pedra e caia na vala do teu coração? De onde nunca quis sair, e sair pra não voltar. Espero voltar!

Nessas andadas corro muito, as vezes ladeira abaixo, vez ou outra com rumo, sempre voltando ao caminho esburacado que tem o nome de "meu coração".
Uma vez de conversa no banco do carro, falou-se em não-abandono.
Caminho em circulos na minha vida, como se não tivesse o fim que tanto se fala e quer.

Uma vez de conversa no teu quarto falou-se em abandono.

Marcelo C.

quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

Um cigarro e outros

Quando ando sem esperar, esperado mostra na minha cara que ta vivo, e me bate o coração com prego na ponta.
Em duas andadas me vou, tremor dos pés a alma, cigarro abusando do momento, traga-me em sete segundos. Outro.
A inesperada rejeição do corpo grita em meu suor, e volta o querer bem, volta a amargar solidão. Volta.
O casualmente forçado ignorar do acelerado orgão involuntário, pulsando firme a falta de sua metade, na qual estragada está. Eu vi a despedida.
Fui embora em meia carteira de cigarro, na outra morrir.
E como bom morto vou apagar a imagem de vivo que tenho de mim, vou apagar meu rastro, mas nunca deixarei de ser fumaça!

Marcelo C.

quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

12 de Fevereiro

E prefiro confortabilidade da fuga, a certeza de que na rua verei uma estranha. E continuo te afastando de mim, afasto o cheiro, a presença, o beijo, e deixo com o tempo, deixo que o fio se desenrola.
A perseguição dela á mim é causa-razão da minha inquietude, e tenho sono mas não posso dormir, tenho fome mas não posso comer!
E meu corpo ressacado da secura de você, morre.

Ouvindo mestre Cartola outro dia lembrei de você, ouvindo Noel lembrei do quarto, da cerveja, da fotografia, lembrei da cozinha e do fogo. E lembrei que meus olhos pegam fogo, ardem, lacrimejam fervendo saudade.
Se você soubesse quem sou, se deixasse eu te conhecer, me apresentar de uma forma nua, atua em mim a cena do fim, ou dos fins.
Corto a raiz todos os dias pra evitar um crescimento cretino e sem rumo do sentimento solto, corto as cenas ruins, pulo pro fim feliz, pulo pra parte em que tu sorrir!

Marcelo C.