sexta-feira, 24 de agosto de 2012

Escuta


Senta e escuta, cara relacionamento não é brincadeira, não é bola que joga pra lá e pra cá e sempre volta pra sua mão.
Senta e escuta, nessas andanças tu ainda acaba só, e sem sustentação, depois não me diz que por ser ela a mulher da tua vida podes escantear sempre que espinhos aparecerem, não pensas que por ser tu o homem da vida dela ela voltará carregada por tuas lágrimas alcoolizadas.
Senta e escuta, relacionamento é briga, é choro, é talvez mais problemas do que pontos de paz, mas também é maturidade.
Tu não achas que maturidade é uma palavra muito pesada pra ser levada com descaso?
Relacionamento também, então senta e me escuta, aprende a dar valor não só à bossa nova mas também a velha, que ao teu lado aguenta forte os trancos, aprende a não jogar fora tua companheira de cerveja ao domingo a noite.
Aprende também que ouvir talvez seja mais difícil do que falar.
Senta e me escuta, tem muito que se dizer sobre relacionamento.

Marcelo C.

sexta-feira, 17 de agosto de 2012

Carta à minha pequena


Mô, em ano de muitos planos pra nós, venho iniciar nosso eternizar no velho clichê: rimando amor com dor.
Faço-te aquela cartinha de escola que sempre arranca bons sorrisos de quem a recebe, tento por nome difícil em sentimentos simples, sai mais bonito.
Do amor, do carinho, do acalanto. Da malemolência de como tiras os problemas da nossa vida, vida também que é única, um único ser, eu e você.
Uma cartinha bestinha, um beijinho gelado, diminutivos que representam a vida dos apaixonados. Ao dia beijinhos, à noite amor quente, temperatura quente. Um sexo único.
Assim um amor estranho e lindo ao mesmo tempo, passa pelas provas do dia-a-dia de um casal, que nem sempre deixam as brigas atrapalharem.
Sabendo conviver lindamente com a velha rima do amor e dor.

Marcelo C.

terça-feira, 7 de agosto de 2012

Pontes e overdrives



Deixei as chaves na portaria, sai pelos fundos. Não deixe o café pronto, e não precisa me esperar porque não volto. O pão mofou.
O que aconteceu que o amor acabou? quando o leite derramou?
Se for do interesse, sai as 03h20min da madrugada.
Andei pelo centro com a companhia das luzes. Parei na ponte que divide a cidade por volta de 15 minutos pra avaliar o balanço do mar, não consegui pensar em conjunto. A ponte é instável. Como nossa cidade é linda, fomos assim um dia. Meu cigarro acabou, por isso do estresse.
A verdade é que decidi não só sair da nossa casa que agora é sua, como também da sua vida, não sabemos quando isso aconteceu e quando terminou, não sabemos. Eu vou andando por um motivo maior que eu ainda não sei qual é. Vivemos num trabalho automatizado, que não poderia existir. Aquela mancha de café que você deixou em mim, você manchou nos dois, desbotou nossa cor.
Egoísmo das partes, individualismo cultivado há tempos. Peça pregada pelo destino.
Essas pontes que me remete ao abismo.
Indeciso.
E ao acordar não precisa me procurar. Não preciso.

Marcelo C.

sexta-feira, 3 de agosto de 2012

Sorriso de moça


Teu sorriso que rompe a barreira do infinito.
Sorriso que encanta, conquista e mantém,
Sorriso delicado que a cidade não há de ver.
Eu vou à onda sonora do teu semblante.
Som de serenidade,
Encanto de moça.
Mas eu te conto que a cidade luminosa não há de ver,
Sorriso tão suave,
Prisão voluntária,
Sorriso da cidade invejar,
E tentar te roubar,
Ofuscantes sorrisos de luzes.
Sonoras em plena harmonia
Noite, dia.

Marcelo C.