terça-feira, 7 de agosto de 2012

Pontes e overdrives



Deixei as chaves na portaria, sai pelos fundos. Não deixe o café pronto, e não precisa me esperar porque não volto. O pão mofou.
O que aconteceu que o amor acabou? quando o leite derramou?
Se for do interesse, sai as 03h20min da madrugada.
Andei pelo centro com a companhia das luzes. Parei na ponte que divide a cidade por volta de 15 minutos pra avaliar o balanço do mar, não consegui pensar em conjunto. A ponte é instável. Como nossa cidade é linda, fomos assim um dia. Meu cigarro acabou, por isso do estresse.
A verdade é que decidi não só sair da nossa casa que agora é sua, como também da sua vida, não sabemos quando isso aconteceu e quando terminou, não sabemos. Eu vou andando por um motivo maior que eu ainda não sei qual é. Vivemos num trabalho automatizado, que não poderia existir. Aquela mancha de café que você deixou em mim, você manchou nos dois, desbotou nossa cor.
Egoísmo das partes, individualismo cultivado há tempos. Peça pregada pelo destino.
Essas pontes que me remete ao abismo.
Indeciso.
E ao acordar não precisa me procurar. Não preciso.

Marcelo C.

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