Deixei as chaves na portaria,
sai pelos fundos. Não deixe o café pronto, e não precisa me esperar porque não volto.
O pão mofou.
O que aconteceu que o amor
acabou? quando o leite derramou?
Se for do interesse, sai as 03h20min
da madrugada.
Andei pelo centro com a
companhia das luzes. Parei na ponte que divide a cidade por volta de 15 minutos
pra avaliar o balanço do mar, não consegui pensar em conjunto. A ponte é instável.
Como nossa cidade é linda, fomos assim um dia. Meu cigarro acabou, por isso do
estresse.
A verdade é que decidi não só
sair da nossa casa que agora é sua, como também da sua vida, não sabemos quando
isso aconteceu e quando terminou, não sabemos. Eu vou andando por um motivo
maior que eu ainda não sei qual é. Vivemos num trabalho automatizado, que não poderia
existir. Aquela mancha de café que você deixou em mim, você manchou nos dois,
desbotou nossa cor.
Egoísmo das partes, individualismo
cultivado há tempos. Peça pregada pelo destino.
Essas pontes que me remete ao
abismo.
Indeciso.
E ao acordar não precisa me
procurar. Não preciso.
Marcelo C.
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