Meu cão fugiu de mim, eu que
sou sua casa, despedaçada ela chorou. A casa esvaziou ele não pensa como antes,
envelheceu, pobre do meu cão, se mudou pro fim da rua e eu daqui ouço seus
latidos, não como antes, ele só pensa em latir pro outro e o outro pensa que a
vida não é boa. Tudo mudou e a ciência não explica, perguntarei ao meu velho
cão, responde a deus. Adeus.
Já tá valendo, eu vi que ele
passou na TV: “procura-se meu cão desmemoriado”.
O cachorro no meio da geladeira vira uma ciência congelada. Ele, preto
e vermelho, quer que eu ouça seu latido.
Os amores perdidos que não vão voltar, as nuvens que nos separam nunca
irão se dissolver. Você tem que voltar para eu não te esquecer.
E com uma placa de gelo pelas
ruas, vem pra mim meu amigo o destino não é o fim, sai dessa geladeira que meu
latido ai é maior que o teu, sobe a rua, você não sabe como avança essa
ciência.
Você tem que voltar para eu
não te esquecer.
Marcelo C.
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