sábado, 15 de março de 2014

12 de Março

“Oh querida, quanto tempo te escrevo sem retorno, ando exausto de ser frágil.
Pergunto-me se futuramente algo alem de cartas somente enviadas nos ligará?
Ando repetindo os mesmo versos a meses, deixei o “eu te amo” em lápis, decides se deixa-o eterno a tinta. Imagino que o entregador anda falho contigo, te encontrar também anda difícil pra ele?
Variei as flores, percebestes? Os jasmins deixam as cartas com um aroma bom, já que não consigo mais sentir o teu.”

Acho essa carta entre entulhos do quarto, achei também saudade, amor e umas compras de 1,99. Achei você (novamente). Achei que tinha perdido o rastro, achei você em outra, achei você outra. Vi que não!
Sim, eu vou sorrir, mas nesse momento vou chorar, ai pensar que não tem mais lugar, que o deitar no peito agora é vão, que o bom dia calou-se.
Aproveitei pra ler todas as outras cartas feitas a mão, guardo cópia de cada uma que a ti dei e agora convivo com tua falta que não me larga, e que todos os dias esse porta-retratos vem me lembrar de que sem você aqui eu não sou nada.
Sentindo na pele a resposta da pergunta que tanto fiz “E se amor não morre?”.

Teu eco responde, tua ausência (não) é sorte. Da solidão á morte.

Marcelo C.

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